segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pais ausentes filhos com problemas

Todos os dias vemos pais reclamando que seus filhos estão impossíveis, cada dia mais desobedientes, atrevidos, rebeldes, respondões, agressivos, introspectivos, impessoais. Analisando mais calmamente as reclamações, pude perceber que algo muito sério tem acontecido e acredito que a grande maioria dos pais ainda não deu conta. Nossos filhos têm sofrido a conseqüência da ausência dos pais.
Nesse mundo capitalista em que vivemos, o trabalho, a luta para ganhar o pão de cada dia, os cargos na igreja, na comunidade, nos deixam cada vez com menos tempo para educar e estar atentos ao que nossos filhos aprendem. Porém, nada disso serve como desculpa para não exercermos como deveríamos nosso papel de pais.

Você pode me perguntar: mas o que devo fazer? Deve sacrificar alguma coisa em prol de seus filhos. Mesmo que essa coisa seja sua carreira profissional, sua faculdade, seu sonho de comprar um carro ou uma casa, sua viagem ao exterior, sua vaidade e até mesmo o seu ministério. Porque está escrito: “... Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito; Pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus? I Tm. 3:4,5. Apesar de Paulo se referir àqueles que almejavam o Episcopado e o Diaconato, com certeza essa palavra se estende a todos os que ocupam cargos de liderança na Igreja e também a todos os crentes tementes a Deus. Outro mandamento do Senhor diz assim: “Ensina o menino (a criança) o caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele”. Pv. 22:6. Note que Deus diz: ENSINA. Não diz ensinem outros ou ensinem a si mesmos. Diz ENSINA (TU, EU, VOCÊ). Nós é que somos responsabilizados por Deus a ensinar nossos filhos, o caminho em que eles devem andar. Não são as babás, as secretárias do lar, as tias da escola e muito menos, a televisão com suas programações recheadas de ensinos ocultistas, violência, rebeldia, homicídios, suicídios e toda sorte de malefícios.

Nossos filhos precisam de nós. Precisam da correção, da disciplina em amor, dos limites, da orientação correta do que é certo ou errado. Precisam ter bases por onde possam se guiar. Precisam de pessoas que sejam BONS EXEMPLOS, em que possam confiar sem receio. O triste em tudo isso é que não temos tido tempo, mas também não temos tido coragem e muito menos sabedoria para governar nossas casas, como o Senhor nos ordena.

Coragem sim, porque ficamos cheios de receios e inquietações só em pensar em largar nossos empregos em prol do cuidado, do zelo, da educação moral, emocional e PRINCIPALMENTE ESPIRITUAL que somente nós como pais podemos dar a nossos filhos. Não confiamos no poder de Deus, como se Ele fosse incapaz de prover cada uma de nossas necessidades.

Não quero aqui que você abandone inconseqüentemente seu trabalho, seus projetos, mas quero frisar a necessidade de revermos o que tem sido prioridade em nossas vidas. Temos priorizado nossos filhos, nossas famílias, nossos cônjuges? Ou será que até aqui nossa prioridade tem sido ganhar dinheiro, conforto, sucesso, bens de última geração, reconhecimento na obra de Deus? Nessa guerra que travamos diariamente temos nos esquecido do principal: dispensar atenção e cuidado com nossos filhos. Temos nos esquecido que melhor do que falar é fazer. Melhor do que cobrar é dar provas. Melhor do que dizer como se deve agir, é dar exemplos. A rebeldia, a desobediência, as brigas tão assustadoramente incontroláveis em nossos filhos são pedidos mudos de ajuda. São demonstrações de que eles também não se sentem à vontade na situação. Estão insatisfeitos com nossas atuações como pais. Querem ser ajudados, mas não conseguem se fazer compreender.

Responda uma coisa para si mesmo: O que adiantará todo o dinheiro, todo o conforto, todos os bens consumíveis, se souber que seu filho está preso, por ter matado os colegas de escola, num momento de desatino, impulsionado pela solidão e desprezo que sentia por parte dos pais? Que alegria terá se descobrir que sua filha de apenas 15 anos, foi buscar num cafetão a atenção de pai que ela não teve? Pense consigo mesmo e avalie se de fato suas prioridades precisam ou não ser mudadas. Não nos falta boas intenções meus amados irmãos. Fazemos tudo “achando” que é para o bem de nossos filhos e conseqüentemente nosso também. Só que às vezes descobrimos tarde de mais que há uma grande diferença em achar e ter certeza. Porque por mais valor que conforto, roupas bem transadas, carros, sapatos caros tenham, não se comparam jamais com o fruto bom que o cuidado, o zelo, a repreensão em amor, a atenção, a demonstração de afeto podem fazer na vida de nossos filhos. E só poderemos fazer isso se estivermos bem perto deles. E para estarmos perto, precisaremos de tempo e para termos tempo, precisaremos sacrificar alguns de nossos planos. Se não for possível de ambos os pais se encarregarem desse acompanhamento, pelo menos um deve estar presente constantemente. Descobriremos que só o fato de estar perto já produz benefícios concretos. Tudo, porém deve ser feito com a devida orientação de Deus, porque Ele deseja que vivamos em perfeita harmonia.

“Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão; Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta”. Sl. 127: 3,4,5

No amor de Cristo,

Nenhum comentário:

Postar um comentário